Hoje vi uma criança sair do ATL, dirigir-se à mãe e levar com um "ou vestes o casaco ou levas duas chapadas"...
Não
houve troca de beijinhos, nem de abraços. Não houve qualquer tipo de
afecto. Nem um "olá", nem um "tiveste um dia bom?", e muito menos um
"tive
saudades tuas!"...
Já não é a primeira vez que assisto a este tipo de miminhos dos pais quando vão buscar os miúdos, mas gostava mesmo que esta tivesse sido a última.
A criança que saiu do ATL é a criança que me pede sempre um beijinho quando deixo a Laura de manhã na escola.
Deve ser tão difícil ser criança quando se cresce entre monstros...
Lolitar.
(do latim aparvalhare, um)
v. int.
1. Acto de fazer lolitagens;
2. Deitar cá para fora amarguras, irritações, parvoíces e palavras pirosas do coração;
3.O mesmo que esticar o cabelo na marquise da Rosa.
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
sábado, 18 de janeiro de 2014
Pequeno resumo da Constituição da República Portuguesa
Sei que corro o grande risco de ser a chata deste blogue...
Por vezes sinto uma certa perplexidade perante o que ouço e sobre o que se legisla e deixa de legislar. Achava que não se referendavam assuntos que tinham sido legislados há menos de 1 ano. Parece que sonhei quando há 8 meses a mesma Assembleia da República aprovou a legislação da co-adopção. Parece que não, que foi um engano.
E perante esta enorme perplexidade, vou procurar informar-me. Afinal o que é que estamos a referendar? A co-adopção que já está em processo legislativo? Ou a adopção por casais homossexuais? Parece que são as duas... E parece-me a mim que são dois assuntos importantes, sem dúvida, mas substancialmente diferentes. O que, segundo esta leitura, até torna este referendo inconstitucional... Enfim!
Sendo que a Assembleia da República é a casa da democracia (sei que este conceito já não quer dizer grande coisa para a maioria de nós pois não se sente representado pelas pessoas que lá se sentam, embora também isso devesse ser assegurado pela constituição - artigo 147º) e que o seu objectivo da mesma é "vigiar pelo cumprimento da Constituição" (artº 162, alínea), faz-me todo o sentido ir procurar o que está escrito neste célebre documento que supostamente rege os nossos direitos, deveres e garantias.
TÍTULO I
Princípios gerais
Artigo
13º (Princípio da igualdade)
1. Todos os cidadãos têm a mesma
dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado,
beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer
dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem,
religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica,
condição social ou orientação sexual.
TÍTULO II
Direitos, liberdades e garantias
CAPÍTULO I
Direitos, liberdades e garantias pessoais
Artigo 27º (Direito à liberdade e à
segurança)
1. Todos têm direito à liberdade e à
segurança.
TÍTULO III
Direitos e deveres económicos, sociais e
culturais
CAPÍTULO II
Direitos e deveres sociais
Artigo 69º (Infância)
1. As crianças têm direito à protecção da
sociedade e do Estado, com vista ao seu desenvolvimento integral, especialmente
contra todas as formas de abandono, de discriminação e de opressão e contra o
exercício abusivo da autoridade na família e nas demais instituições.
2. O Estado assegura especial protecção às
crianças órfãs, abandonadas ou por qualquer forma privadas de um ambiente
familiar normal.
3. É proibido, nos termos da lei, o trabalho
de menores em idade escolar.
O que este referendo pretende é aferir qual a opinião dos portugueses sobre as crianças e os seus direitos de pertencerem a uma família. Apenas a título de exemplo, tenho uma sobrinha que me incluiu na Árvore da Família que foi pedida na escola. Pertenco à sua família de sangue? Não, pertenço a uma outra noção de família para ela, à família do coração. É menos sobrinha para mim? Não. Sou menos tia para ela? Também não.
As crianças, e esta é só a minha opinião e o que tenho oportunidade de presenciar por ter crianças próximas e por ouvir crianças na minha profissão, não dão grande ou pouca importância a laços sanguíneos. Eles existem, é verdade, mas não são eles que regem quem pertence ou não à sua noção de família. Portanto, não percebo muito bem o que se está aqui a tentar referendar? É a definição de "ambiente familiar normal", como a nossa constituição refere? Já alguém perguntou às crianças o que é isso? O que é que é mais importante: a segurança de crescer e ser educada com as pessoas que mais ama ou estar dentro de uma curva de distribuição normal?
Será que neste referendo vamos ouvir falar dos direitos das crianças? E do que é realmente importante no seu desenvolvimento enquanto pessoa? É que este é um assunto que me preocupa... Será que as nossas crianças vão crescer bem com aquilo que estamos a fazer? É por isso que procuro me fundamentar, procurar informação e investigação que me ajude a decidir sobre este tema, porque para mim é sobre isto que este referendo se debruça: sobre o direito de certas crianças pertencerem a certas famílias e o que isso vai influenciar o seu desenvolvimento. Deixo os meus pressupostos de lado, sobre os meus valores, as minhas crenças, os meus preconceitos (que também os tenho) e vou procurar informação. E já que não conheço essas crianças, cujos direitos queremos referendar, vou ouvi-las de uma outra forma, na investigação que foi feita com elas.
E o que é que a investigação nos diz? As evidências científicas sugerem que decisões importantes sobre a vida das crianças e adolescentes sejam tomadas não com base na orientação sexual dos pais mas na qualidade das suas relações com os pais.
Desta forma, espero que se lance o debate e que seja sério. Perguntar às pessoas a sua opinião não pode ser pernicioso mas temos de saber muito bem o que é que estamos a discutir para não sermos invadidos por falsas questões. E aqui o que estamos a referendar, na minha opinião, com as duas questões colocadas, é o direito à família e os direitos das crianças em primeiro lugar.
E fico tão feliz quando os meus pressuposto têm uma base científica!
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
sobre a co-adopção
acho que o que se passa vai muito para além do que aparenta passar-se.
creio que se impõe uma reflexão importante sobre a forma como um governo
de um país nunca será apenas isso mesmo, um governo. as implicações que
este governo já teve no nosso quotidiano são absolutamente destruidoras
e invasivas. mesmo que haja muita gente que não vê. está a destruir
mentalidades como um cancro que avança devagar. o primeiro sintoma,
absolutamente esclarecedor, é a indiferença. tornar-nos apáticos e
ignorantes é a verdadeira forma de demonstrar o modo como a ignorância
deles nos pode realmente afectar. felizmente são inúmeras as excepções.
hoje foi o dia em que foi aprovado um referendo sobre a co-adopção por casais do mesmo sexo.
um referendo
por se considerar que é assunto público e que deverá ser dado a todos o direito e vá, o dever, de decidir se no país onde todos co-habitamos uma criança deverá ser adoptada por pessoas que são do mesmo sexo. duas mulheres ou dois homens. e nós, povo em tudo soberano e na sua maioria heterossexual (graças a deus), poderemos então decidir se a vida dos outros nos incomoda. se eles têm amor suficiente para educar uma criança, se ela será feliz. se tivermos juízo talvez votemos não, porque, caramba, a criança até pode sofrer traumas durante a sua infância por ter na escola crianças que gozam porque o menino tem duas mães, ou dois pais. quanto a isto tenho tanto a dizer mas vou cingir-me a apenas um comentário. a falta de tolerância e a ignorância são os verdadeiros traumas difíceis de cuidar. não podemos defender os nossos miúdos da tolerância. não podemos defendê-los do direito de terem a família deles (porque se nos deixarmos de hipocrisias de merda percebemos que essas famílias existem mesmo que a lei não as reconheça) reconhecida legalmente porque isso traz um infinito número de vantagens que nem preciso enumerar aqui.
é isto que este governo nos está a fazer. este foi o dia em que o governo nos fez acreditar que é democrático decidirmos sobre o amor, sobre a família dos outros, sobre o conforto e segurança dos outros, sobre a legitimidade que os outros têm em educar os seus, em decidir em família o que é melhor, mais correcto, mais justo, transformando aquelas crianças em crianças menores e mais infelizes porque têm duas mães ou dois pais. não só não nos compete esta decisão como não nos compete nunca dizer a uma criança que a família dela não é válida baseando-nos apenas no género dos progenitores. porque é essa a mensagem que este "acto democrático" está a passar, que eu decido sobre a validade de uma família tendo apenas o género como bitola.
este governo já nos tinha tentado mostrar que o que é bom é ter trabalhinho, se for pago a horas então fomos bafejados pela sorte. já nos tinha convencido que não há cá merdas de quereremos ir ao hospital de "graça", ou à escola de "graça", que não há cá palhaços. que os desempregados não querem trabalhar e querem sugar-nos os nossos impostos em forma de subsídios, os reformados idem, os funcionários públicos igual. agora tentam convencer-nos que temos o direito e vá, o dever, de decidir se os casais homossexuais têm o direito de ter uma família como nós, os que estamos certos por termos feito a escolha certa de prevaricarmos com pessoas do género oposto.
filhos da puta
hoje foi o dia em que foi aprovado um referendo sobre a co-adopção por casais do mesmo sexo.
um referendo
por se considerar que é assunto público e que deverá ser dado a todos o direito e vá, o dever, de decidir se no país onde todos co-habitamos uma criança deverá ser adoptada por pessoas que são do mesmo sexo. duas mulheres ou dois homens. e nós, povo em tudo soberano e na sua maioria heterossexual (graças a deus), poderemos então decidir se a vida dos outros nos incomoda. se eles têm amor suficiente para educar uma criança, se ela será feliz. se tivermos juízo talvez votemos não, porque, caramba, a criança até pode sofrer traumas durante a sua infância por ter na escola crianças que gozam porque o menino tem duas mães, ou dois pais. quanto a isto tenho tanto a dizer mas vou cingir-me a apenas um comentário. a falta de tolerância e a ignorância são os verdadeiros traumas difíceis de cuidar. não podemos defender os nossos miúdos da tolerância. não podemos defendê-los do direito de terem a família deles (porque se nos deixarmos de hipocrisias de merda percebemos que essas famílias existem mesmo que a lei não as reconheça) reconhecida legalmente porque isso traz um infinito número de vantagens que nem preciso enumerar aqui.
é isto que este governo nos está a fazer. este foi o dia em que o governo nos fez acreditar que é democrático decidirmos sobre o amor, sobre a família dos outros, sobre o conforto e segurança dos outros, sobre a legitimidade que os outros têm em educar os seus, em decidir em família o que é melhor, mais correcto, mais justo, transformando aquelas crianças em crianças menores e mais infelizes porque têm duas mães ou dois pais. não só não nos compete esta decisão como não nos compete nunca dizer a uma criança que a família dela não é válida baseando-nos apenas no género dos progenitores. porque é essa a mensagem que este "acto democrático" está a passar, que eu decido sobre a validade de uma família tendo apenas o género como bitola.
este governo já nos tinha tentado mostrar que o que é bom é ter trabalhinho, se for pago a horas então fomos bafejados pela sorte. já nos tinha convencido que não há cá merdas de quereremos ir ao hospital de "graça", ou à escola de "graça", que não há cá palhaços. que os desempregados não querem trabalhar e querem sugar-nos os nossos impostos em forma de subsídios, os reformados idem, os funcionários públicos igual. agora tentam convencer-nos que temos o direito e vá, o dever, de decidir se os casais homossexuais têm o direito de ter uma família como nós, os que estamos certos por termos feito a escolha certa de prevaricarmos com pessoas do género oposto.
filhos da puta
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
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