segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Autch!

- a Magali teve outro ataque epiléptico e é sempre horrível assistir a uma coisa destas. Doeu-me de tal maneira que chorei.

- bati com o dedo pequenino do pé na esquina do carrinho de chá que está no corredor e quando ainda estava a recuperar o fôlego, bati com o cotovelo na parede. Doeu-me tanto que deixei de respirar.

- a minha filha viu um gato morto e fez a cara mais trágica do mundo quando lhe disse que não o podíamos salvar. Chorou com uma tal tristeza, incompreensão e desespero que fez parar o trânsito nas avenidas novas. Doeu-me de tal maneira que nem tenho palavras.

- a hortelã e o manjericão não gostaram da onda de calor e secaram. Ainda não tive coragem para me desfazer dos ramos secos.

- fui ao dentista sem me doer nada e saí de lá cheia de dores. De tal maneira que andei a sopas e a iogurtes líquidos.

- O H. arranjou um banjo e os músicos do 1º andar (minha casa incluída) andam doidos com aquilo... aquele som entra-me pelos ouvidos como se me espetassem agulhas e tenho a sensação de que a minha cabeça vai explodir a qualquer momento. Quando me dói tomo um benuron.

- A minha mãe fez anos e não lhe dei flores. Vai-me doer sempre.

- Disse à Laura: filha, preciso de falar contigo sobre os teus anos. Ela interrompe-me: "Mãe, eu percebo, a sério. Não precisas de me dar uma prenda, mas posso ter cá os amigos para brincar?". Doeu-me de tal maneira que acho que morri um bocado. Porque queria vê-la com os olhos de bambi, com as palmas daquelas mãozinhas de boneca juntas, a pedir "gostava tanto, mas tanto, de ter. Posso mãe, posso? Por favor, vá lá, vá lá, por favor", com um sorriso meiguinho que me põe zonza de tão fofo que é. Só lhe queria falar sobre o bolo e sobre as brincadeiras.Porque é óbvio que vai ter as prendas que nós lhe podermos dar. Achava eu que a protegia da realidade miserável que vivemos neste mundo por não vermos televisão, por nunca lhe faltar nada. Mas ela tem olhos e ouvidos. Só não queria que ela deixasse de sonhar. Para a próxima prefiro uma bela birra de menina insolente, em vez desta chapada de menina crescida e consciente.

- Ainda não estou de férias.



2 comentários:

  1. Vai com calma, vai com calma que tudo se compõe.
    Um beijinho

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    1. Bem sei que tens toda a razão - ainda tenho arritmias com a história de Mel :) muitos beijinhos!

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