O nosso Natal começa em meados de Outubro. Reunimos tudo: o papel colorido, as lãs, os tecidos, as tintas, as purpurinas. Vamos pensando em cada pessoa que amamos, transformamo-nos em ajudantes do pai natal e somos felizes com cada prenda que vai nascendo. Fazemos biscoitos e enfeitamos a casa com coisas feitas por nós, ouvimos música, cantamos. Adoramos o natal. Adoramos ter a casa cheia de gente feliz.
Os olhos dela que brilham mais que as luzinhas da árvore.
Feliz Natal a todos e a todas!
Lolitar.
(do latim aparvalhare, um)
v. int.
1. Acto de fazer lolitagens;
2. Deitar cá para fora amarguras, irritações, parvoíces e palavras pirosas do coração;
3.O mesmo que esticar o cabelo na marquise da Rosa.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Rabina dos Bosques
Hoje de manhã, no caminho para a escola:
- Mãe, estive a pensar...
- Ai! O que é que vem aí - pensei eu.
- O pai chama a polícia, tu dás-lhes um ralhete e eles tiram os ricos daquelas casas em que os pobres não podem entrar. Então as pessoas que não têm dinheiro nem casa vivem felizes, fazem uma festa, a polícia fica à porta a guardar a multidão...
Pois bem, estou a criar uma Rabina dos Bosques.
O curioso de tudo isto é que nunca na vida lhe expliquei o que é um condomínio privado - julgo que "aquelas casas em que os pobres não podem entrar", devem ser condomínios privados...
A do eu dar ralhetes ainda estou a descortinar...
- Mãe, estive a pensar...
- Ai! O que é que vem aí - pensei eu.
- O pai chama a polícia, tu dás-lhes um ralhete e eles tiram os ricos daquelas casas em que os pobres não podem entrar. Então as pessoas que não têm dinheiro nem casa vivem felizes, fazem uma festa, a polícia fica à porta a guardar a multidão...
Pois bem, estou a criar uma Rabina dos Bosques.
O curioso de tudo isto é que nunca na vida lhe expliquei o que é um condomínio privado - julgo que "aquelas casas em que os pobres não podem entrar", devem ser condomínios privados...
A do eu dar ralhetes ainda estou a descortinar...
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
o natal no palácio
eu não queria árvore de Natal, não acho grande piada a casa é pequena e tal. a inês, que é uma fofinha gigante, mandou-me uma msg que me tinha comprado uma árvore vermelha que ia ficar a matar na minha casa. já não vive comigo mas continua a tratar do Natal da minha casa. e então criei uma imagem de árvore de natal do mais pirosa que há e voilá, cá está ela, com um colar de pérolas. e não é um colar de pérolas qualquer. é um colar de pérolas dourado.
Como fazer um bolo
para a piolha levar para a festa de natal da escola (quando a mãe está destroçada porque este ano os pais não podem assistir, devido a cortes orçamentais)
1 - Comprar daquela massa já feita (nunca na vida tinha feito tal coisa, mas há sempre uma primeira vez para tudo),
2 - Pedir opinião à Rosa sobre que forma utilizar e ficar contente porque ela diz "ah esses bolos ficam muitaaa bons!"
3 - Deixar a piolha ir brincar com a Rosa na casa ao lado,
4 - Untar a forma com margarina e farinha (e fazer figas para que a raça do bolo não pegue - porque é que não comprei mais uma embalagem de massa, não vá o diabo tecê-las?)
5 - A Magali chora baixinho... Caraças, já passa das oito, a bicharoca tem fome. Pesar a ração da Magali, deitá-la no prato respectivo. Pesar a comida da Essi. Deitá-la na forma do bolo já untada!
6 - Dizer umas quantas asneiras (ainda bem que a piolha está na casa ao lado),
7 - Dar a ração com margarina e farinha à Essi, lavar a forma.
9 - Essi não quer comer. Guarda a ração para a Magali não comer por duas, unta novamente a forma.
8 - Piolha entra de rompante e grita "mamã a Essi está a vomitar!"
9 - Oh tadinha da Essi, Laura sai, não pises, faz-lhe festinhas, tenho as mãos todas gordurosas, Oh tadinha da Essi!
10 - Lavar mãos, limpar vomitado, dar mimos à Essi (e à Magali que é uma ciumenta fofinha)
11 - Bolo no forno, inventa cobertura, chamar piolha para cortar estrelinhas e fazer bolinhas e fazer cara de mãe má para a Laura parar de comer os enfeites!
12 - Enfeitar o bolo.
13 - Levar um abracinho da Rosa porque está fofinho, levar beijinho da piolha porque é o bolo mais lindo do mundo e levar um abracinho e um beijinho do R. porque fiz o bolo e não o queimei.
Et voilá
1 - Comprar daquela massa já feita (nunca na vida tinha feito tal coisa, mas há sempre uma primeira vez para tudo),
2 - Pedir opinião à Rosa sobre que forma utilizar e ficar contente porque ela diz "ah esses bolos ficam muitaaa bons!"
3 - Deixar a piolha ir brincar com a Rosa na casa ao lado,
4 - Untar a forma com margarina e farinha (e fazer figas para que a raça do bolo não pegue - porque é que não comprei mais uma embalagem de massa, não vá o diabo tecê-las?)
5 - A Magali chora baixinho... Caraças, já passa das oito, a bicharoca tem fome. Pesar a ração da Magali, deitá-la no prato respectivo. Pesar a comida da Essi. Deitá-la na forma do bolo já untada!
6 - Dizer umas quantas asneiras (ainda bem que a piolha está na casa ao lado),
7 - Dar a ração com margarina e farinha à Essi, lavar a forma.
9 - Essi não quer comer. Guarda a ração para a Magali não comer por duas, unta novamente a forma.
8 - Piolha entra de rompante e grita "mamã a Essi está a vomitar!"
9 - Oh tadinha da Essi, Laura sai, não pises, faz-lhe festinhas, tenho as mãos todas gordurosas, Oh tadinha da Essi!
10 - Lavar mãos, limpar vomitado, dar mimos à Essi (e à Magali que é uma ciumenta fofinha)
11 - Bolo no forno, inventa cobertura, chamar piolha para cortar estrelinhas e fazer bolinhas e fazer cara de mãe má para a Laura parar de comer os enfeites!
12 - Enfeitar o bolo.
13 - Levar um abracinho da Rosa porque está fofinho, levar beijinho da piolha porque é o bolo mais lindo do mundo e levar um abracinho e um beijinho do R. porque fiz o bolo e não o queimei.
Et voilá
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
qual lollipop lolitas?
toca a votar!
Lollipop 1
Lollipop 2
Lollipop 1
Lollipop 2
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
As crianças passam fome porque os pais têm falta de tempo
Eu costumava contribuir para o Banco Alimentar. A minha mãe fazia-o e eu achava que também o devia fazer.
Até que um dia fui a um supermercado comprar fraldas para a minha filha. Um rapazito espetou-me um saco de plástico na cara. Eu disse que não queria, obrigada, e segui caminho. Estava a passar tempos difíceis e todos os tostões contavam. E o raio do puto começa a insultar-me! Que um dia podia ser eu a passar fome, que nunca pensamos nos outros, blá, blá blá, blá. Quando dei por mim, já tinha dado meia volta e já estava de dedo espetado, praticamente enfiado dentro do nariz do miúdo. Gritei com ele, obviamente. Que sabia ele sobre mim? Depois vem de lá um senhor, pediu muitas desculpas, que o miúdo não sabe o que diz, eu resmunguei mais umas coisas do tipo "e formaçãozinha para os voluntários era capaz de ser boa ideia, não?".
Enfim, fiquei capaz de enfiar o raio do saco cabeça-abaixo do raio do puto!
Neste fim de semana fui às compras com a piolha. E novamente espetaram-me um saco de plástico na cara. Levaram com um "Não, obrigada" e eu levei com os olhares reprovadores dos voluntários.
Entretanto a L. perguntou-me porque estavam a dar-me um saco e eu recusei. Não lhe expliquei porque recusei - prefiro que ela decida no que quer acreditar, sem juízos de valor da sua mãe - mas expliquei-lhe o que era o Banco Alimentar.
Prometi-lhe a moeda do carrinho de supermercado quando estivéssemos despachadas e ela ficou muito pensativa, a tentar decidir se guardava a moeda no mealheiro dela ou se comprava comida para entregar ao Banco Alimentar.
Dei-lhe a moeda, ela passou pelos voluntários e foi dar ao rapaz sem pernas que estava ao frio, lá fora.
E eu fiquei estonteada a assistir à cena. Está uma pessoa, ao frio, com fome, com um ar miserável à porta de um supermercado e há gente a brincar às caridadezinhas. Está um ser humano ao frio, com fome, doente, à porta de um supermercado a assistir a toneladas de alimentos a passarem-lhe à frente da cara... Mas aquilo não é para ele... É para outros pobrezinhos. Se calhar, para pobrezinhos com melhor aspecto.
É tudo muito triste, mas só não vê quem não quer. São os empregados dos supermercados que deitam lixívia para cima dos frangos assados que sobram para não terem pessoas a remexerem-lhes o lixo, são voluntários a gabarem-se de terem arroz para o ano inteiro, para não falar nos lucros que as grandes superfícies têm com estas acções... são histórias infindáveis, cruéis, tristes, desumanas.
Eu não pactuo mais com popotas, idiotas ou bancos alimentares. Isso é desresponsabilizar o Estado da sua função social! E não é isso que vai tirar a fome ninguém... lamento. Mas é a pura das verdades. Para mim não é este o caminho.
E esta Jonet coitadinha... sofre do síndrome da terra da fantasia ou coisa parecida. Ou então é mesmo uma atrasada mental.
Até que um dia fui a um supermercado comprar fraldas para a minha filha. Um rapazito espetou-me um saco de plástico na cara. Eu disse que não queria, obrigada, e segui caminho. Estava a passar tempos difíceis e todos os tostões contavam. E o raio do puto começa a insultar-me! Que um dia podia ser eu a passar fome, que nunca pensamos nos outros, blá, blá blá, blá. Quando dei por mim, já tinha dado meia volta e já estava de dedo espetado, praticamente enfiado dentro do nariz do miúdo. Gritei com ele, obviamente. Que sabia ele sobre mim? Depois vem de lá um senhor, pediu muitas desculpas, que o miúdo não sabe o que diz, eu resmunguei mais umas coisas do tipo "e formaçãozinha para os voluntários era capaz de ser boa ideia, não?".
Enfim, fiquei capaz de enfiar o raio do saco cabeça-abaixo do raio do puto!
Neste fim de semana fui às compras com a piolha. E novamente espetaram-me um saco de plástico na cara. Levaram com um "Não, obrigada" e eu levei com os olhares reprovadores dos voluntários.
Entretanto a L. perguntou-me porque estavam a dar-me um saco e eu recusei. Não lhe expliquei porque recusei - prefiro que ela decida no que quer acreditar, sem juízos de valor da sua mãe - mas expliquei-lhe o que era o Banco Alimentar.
Prometi-lhe a moeda do carrinho de supermercado quando estivéssemos despachadas e ela ficou muito pensativa, a tentar decidir se guardava a moeda no mealheiro dela ou se comprava comida para entregar ao Banco Alimentar.
Dei-lhe a moeda, ela passou pelos voluntários e foi dar ao rapaz sem pernas que estava ao frio, lá fora.
E eu fiquei estonteada a assistir à cena. Está uma pessoa, ao frio, com fome, com um ar miserável à porta de um supermercado e há gente a brincar às caridadezinhas. Está um ser humano ao frio, com fome, doente, à porta de um supermercado a assistir a toneladas de alimentos a passarem-lhe à frente da cara... Mas aquilo não é para ele... É para outros pobrezinhos. Se calhar, para pobrezinhos com melhor aspecto.
É tudo muito triste, mas só não vê quem não quer. São os empregados dos supermercados que deitam lixívia para cima dos frangos assados que sobram para não terem pessoas a remexerem-lhes o lixo, são voluntários a gabarem-se de terem arroz para o ano inteiro, para não falar nos lucros que as grandes superfícies têm com estas acções... são histórias infindáveis, cruéis, tristes, desumanas.
Eu não pactuo mais com popotas, idiotas ou bancos alimentares. Isso é desresponsabilizar o Estado da sua função social! E não é isso que vai tirar a fome ninguém... lamento. Mas é a pura das verdades. Para mim não é este o caminho.
E esta Jonet coitadinha... sofre do síndrome da terra da fantasia ou coisa parecida. Ou então é mesmo uma atrasada mental.
Roubado do facebook do Rui Zink.
Entretanto o que me vai dando alento é a L. Ainda não percebe a dimensão da podridão do nosso mundo e para ela tudo tem solução.
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