quarta-feira, 28 de março de 2012

Dedicado à minha Rosinha

Porque hoje é um dia muito feliz!

Love & Rock&Roll

Eu refilo que ele atira a roupa para o chão, mas ele sabe qual a música que me faz abanar o rabiosque enquanto lavamos a loiça. Queixo-me de frio, mas é nos pés gelados dele que aninho os meus. Dói-me a cabeça por causa dos sons experimentais que se ouvem lá por casa, mas quando me dói a barriga, é a mão dele que me tira as dores. É por ele que rego aquele jacarandá que me suja o cabelo com folhas verdes minúsculas. É com ele que troco os bandinis que a rosa nos ofereceu. É com ele que gosto de beber café e partilhar cigarros. É a t-shirt dele que amarroto quando tenho medo nos filmes e onde limpo as lágrimas quando estou triste. São as cartas dele indecifráveis (aquilo é um p ou um f?) que adoro ler. É a voz dele que me faz sorrir de cada vez que atendo o telefone e oiço "hum...então, tudo bem? estás bem disposta?". É ele que me grava as músicas que eu adoro, mesmo quando fica com os cabelos em pé por causa da minha queda para coisas pirosas. É ao ouvido dele que eu quero contar o meu dia. Foi com ele que me casei milhares de vezes. É com ele que quero ter todos os filhos do mundo e é a ele que quero beijar para sempre.

terça-feira, 27 de março de 2012

Dia Mundial do Teatro

foi no teatro que muitas das lolitas se conheceram. este é também o nosso dia. e se tenho saudades daqueles dias! por isso, hoje é dia de regressar ao nosso boris vian (não me esqueci!) e continuar os novos projectos. deixo aqui três miminhos de lembranças de dias bons.
(no "tempo" do espaço expressões não havia fotos digitais, perdoem-me a ausência!)



segunda-feira, 19 de março de 2012

A amizade é tornar os dias mais fáceis. É pôr a brilhar o dia que ainda não chegou ao fim. Nem que seja por dizer frutas e cores aleatoriamente associadas, almoçar nos jardins da igreja, furar as orelhas, experimentar chapéus ou jantar no chinês.

Com as Lolitas não há dias difíceis!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Há dias estranhos...

A piolha acordou super bem disposta e super enérgica, por isso houve tempo para tudo de manhã, sem grandes stresses. Ficou na cama a ler e a beber o leitinho enquanto eu me arranjava e como hoje não era nem dia de judo nem de ginástica (em que tem que vestir fato de treino e vai de mau humor), vestiu a saia e a t-shirt num ápice. Houve ainda tempo para deixar o pequeno almoço ao papá (que incluiu um hamburguer, duas batatas fritas, duas fatias de pão de forma, um queque, uma banana, tudo da cozinha dela de brincar, e duas chávenas de café com pedrinhas lá dentro. Impressionante foi o facto de metade deste arsenal estar em cima da cara do R. e ele continuar a dormir profundamente.
No caminho fui-lhe a contar como tinha sido o meu fim de semana de lolitas e o comentário dela foi "deve ter sido tudo muito piroso e uma ganda seca!". Fiquei sem saber se era bom ou mau, porque entretanto fui interrompida pela imagem de um carro da escola segura, à porta da escolinha da miuda, com dois polícias lá dentro e um deles tinha uns binóculos que apontavam para nós (?????). Fiquei sem perceber se o polícia via mal e se tinha esquecido dos óculos em casa, ou estava a espiar as ratazanas escondidas nos arbustos.
Cheguei ao trabalho atrasada (raios partam os atrasos da carris) e trabalhei que nem um cão. Sempre que respirava fundo porque tinha acabado uma tarefa, zás, fica outra que me deixava sem respirar mais 20 minutos. Na hora de almoço fui ao pingo doce e consegui a proeza de estar meia-hora numa fila só para comprar pão. Como sou uma pessoa de ideias fixas, lá me mantive à espera (aquele pão ia ser meu nem que me custasse a vida) e chegou-me a passar pela cabeça que ou desatava a chorar ou me deitava no chão e dormitava um bocadinho.
O dia de trabalho chegou ao fim e fui namorar para a gulbenkian com os meus mais que tudo. Sem dar conta, casei-me 2 ou 3 vezes e a Laura quebrou o silêncio na Gulbenkian, aos gritos atrás de nós "agora têm que dar um beijo na boca!". Mas disse-o com tanta convicção (tantas vezes e tão alto) que só volto lá bem disfarçada, para ninguém me reconhecer.
Por outro lado, também aprendi (eu e toda a gente que estava a descansar no relvado) que os patos andam aos pares. É verdade. Aos 31 anos, um pionés de 4 anos e meio ensinou-me uma coisa que nunca me tinha passado pela cabeça. Os patos, pelo menos os dali, andam aos pares. Um castanho e um daqueles meio verdes e azuis.
Chegámos a casa, brincámos a encestar um balão no meu escorredor da salada (ideia do pai, claro). Depois dei banho à Laura, à barbie sereia e ao pequeno póney. Jantámos e a pequenota foi brincar com a Essi. Fez-lhe festinhas na barriga, abraçou-a e pumba! o raio da cadela deu-lhe uma dentada na testa! Não sei o que se passou, a Laura ficou super sentida, chorou imenso e a Essi levou 3 berros, uma palmada bem dada e "O" sermão, com o meu indicador espetado na direcção daquele focinho de raposa "Olha Essi Maria, de todos os cães do mundo, de ti é que eu não esperava! Vai já para a cama, que não te quero ao pé de mim! Devias ter vergonha! Uma cadela da tua idade! Foste muito má!" A Laura lá se acalmou (foi mais o susto) e a Essi ficou de castigo, super infeliz e toda encolhida. Rapidamente fizeram as pazes, trocaram beijinhos e miminhos, que não aguentam estar muito tempo zangadas uma com a outra. Eu demorei um bom bocado a perdoar a Essi. A Magali abanou o rabo o tempo todo. Não deve ter percebido nada do que passou e com certeza lhe passou pela cabeça que tanto alarido ia dar direito a um biscoito. A Essi não comeu ração de salmão ao jantar e a Laura na hora de ir para a caminha já não tinha nada marcado na testa.
E pronto, foi isto. Quis partilhar o meu dia convosco.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Não dia da mulher


Nunca liguei ao dia da mulher, por ser o dia da mulher. No entanto gostava quando ele chegava porque sabia que ía acordar e já teria uma mensagem dele. O meu tio fazia anos no dia da mulher, adorava as mulheres e mimava todas as mulheres da família com uma mensagem neste dia. Uma mensagem sempre diferente. Todos os anos, no dia 8 de Março queria ser a primeira a mandar os parabéns, antes que chegasse a sua mensagem a desejar bom dia da mulher. Nunca consegui. Ele acordava de madrugada e de telemóvel em punho espalhava carinho pelo mulherio. Hoje não foi para mim dia da mulher. Não recebi a mensagem. Não mandei mensagem. Saudades.

quinta-feira, 8 de março de 2012

quarta-feira, 7 de março de 2012



É aqui que tiro a senha

para pedir o formulário a requerer que a nossa alma apanhe o eléctrico para o emprego enquanto o nosso corpo fica no sofá, e não ao contrário? Da última vez, parece que fui para a fila errada...

Querid@s leitor@s das lolitas

As lolitas querem saber o que pensam. Digam-nos coisas. O que mais gostam no blog. Ou que não gostam (não acreditoooo!!). Que posts vos marcaram mais? Quais vos fizeram chorar, rir ou ir correr para a praia? Que mais coisas ou temas gostariam de ver aqui?
Digam lá que as lolitas querem saber :)
Desafiem-nos!



quinta-feira, 1 de março de 2012

Não me digam o que sentir

Não me digam que já passou tempo suficiente. Não me digam que é a vida. Não me falem das coisas boas e da sorte que tenho. Eu sei o que tenho e o que conquistei. Também sei que o tempo não cura. Dói sempre. Vai doer sempre. Quando amamos de verdade, achamos que já não é possível amor maior. Até ao dia seguinte, em que percebemos que afinal amamos mais um bocadinho. Com mais força. Quando me tiraram isso, com violência, com crueldade, é o sofrimento que é maior a cada segundo, a cada hora, dia, semana, mês, anos. O tempo não tira a memória, não tira a imensidão, não tira absolutamente nada.
Perdi um bocado de mim. Perdi a certeza. Perdi as festas na cabeça e o consolo. O gelo na barriga e a botija quente nos pés. Perdi quem me orientava e me punha no caminho certo, sempre que eu errava. E nunca me dizia que eu errava. Dizia-me que tinha aprendido sozinha, que  isso era viver. E que estávamos sempre a tempo de remediar. E agora o tempo é eterno e faz-me falta de ar. Não acaba. Não parece verdade porque eu (nós) não merecíamos. E muito menos tu.
Escrevia  a R. no outro tinha que tinha medo de se esquecer da voz... eu até me posso esquecer, mas tenho a certeza que a reconhecia no meu de milhares e milhares de vozes e barulho.
São saudades. E sei que me matam a cada noite que passa. Torturam-me, fazem-me chorar. Fazem-me querer adormecer e acordar quando já tiver esquecido tudo.
Será justo ter que me refazer do maior erro da minha vida, quando te deixei partir? Dizer-te ao ouvido que podias ir, que estava na hora, que tínhamos perdido esta luta...
E agora o mundo não te cheira, não te ouve, não te vê... tens ideia do que me fizeste fazer?
Ainda tive forças para proibir cruzes no caixão, mesmo ameaçando partir tudo. Tu farias o mesmo por mim. Também proibi coroas de flores. Nós gostamos de flores, não gostamos da morte. Esqueci-me do que acontecia a seguir. Não pensei, mãe. E tu também não me avisaste. E agora estou presa a este pesadelo. Tenho vómitos. Dói-me a cabeça e o peito. Ter que passar por tudo outra vez. Já não tenho mais força, mãe. A sério que não. Preferia continuar a deixar margaridas, cravos e rosas na campa do lado, pensando que era a tua (achaste graça, não foi?). Preferia deixar tudo como está, e esperar que voltasses. Preferia não saber o que sei.
Fico a ver o céu com a Laura à tua procura. Mas não a quero próxima da morte. Não a quero viver de memórias que não existem na vida dela. Em fotos que ela não conhece. Há tempo para isso, mais tarde. Correcto ou não, foi o que lhe disse quando me perguntou porque é que eu não tinha mãe. Eu tenho, é uma estrelinha no céu. E a Laura procura a mais brilhante e grita "Está ali, mãe. A tua mãe!". E sorri. Porque te encontrou e iluminas o céu. Não te encontro, mas ela herdou o nosso brilhozinho nos olhos. Para ela também não choro, a não ser de alegria. Aprendi contigo a ser feliz. Uma tristeza assim, não invalida a alegria de viver. Torna-a antes um desafio.
"Oh mamã, como é que as pessoas chegam até às estrelas e se transformam nelas?"
"Não sei, princesa. Só elas sabem."
"Eu não quero ser uma estrelinha sem ti, não quero ficar sozinha", diz-me ela de lágrimas nos olhos, meio assustada. Tiro-lhe o cabelo dos olhos, agarro-lhe na cara, sorrio e digo-lhe:
"Não te preocupes, pequenina. Sozinha nunca estarás."
"Prometes com todo o coração, mamã?"
"Prometo, Laura. Com todo o meu coração."
Não me digam nada, por favor. Deixem-me estar. Em silêncio. Só estar. E estar mais um bocadinho. A cumprir as promessas que fiz.