terça-feira, 17 de julho de 2012

O admirável mundo da Laura


Se ela mandasse no mundo, as nuvens eram baixinhas, podíamos moldá-las em forma de animais e lambuzarmo-nos tal e qual como fazemos com o algodão doce, não havia noite a não ser quando quiséssemos ver as estrelas e a lua, não havia acordar cedo nem tempo nem atrasos, não havia nem guerras nem sopa. Havia espuma em todos os banhos e andar de pé descalço o dia todo. Havia neve no chão e nos telhados das casas, folhas secas para pisar e poças de água para chapinhar. Havia flores de todas as cores em todos os lugares. Havia morangos e cerejas para comer. Árvores para trepar. Havia areia para fazer castelos. Com pontes, torres e cavaleiros. E praias a perder de vista com ondas pequeninas. Havia viagens de barco e excessos de velocidade em patins. Havia beijinhos e abraços para dar e receber. Havia histórias com final feliz e cantigas a cada segundo. Palácios, princesas, sapos e tesouros. Nunca havia lágrimas nem medo do escuro. Gatos bebés, bambis e joaninhas. Tubarões e lobos bons. E memória de elefante. Vestidos que rodam. Corações pintados em cada parede branca. Baloiços nas tardes de primavera. Arco-íris. Preguiça no tapete. Rebolanços na relva fresca. E uma palavra para cada momento. Ou várias. Um aceno e um sorriso a quem passasse por nós. Tudo cheirava a mar, a baunilha, a pêssego e a rosas.
Tu mandas no mundo, só ele é que ainda não sabe.





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