quarta-feira, 4 de julho de 2012

As birras

não me assustam. Muito pelo contrário! Adoro uma boa birra! Adoro ver os miúdos a reagir e a lidar com as frustações. Ontem foi dia de birra! A gaiata estava esfomeada, mal humorada e sem a chuchamigo... Foi vê-la chorar, espernear, abraçar-se a mim (com mais força, dizia eu!) e ver as pessoas a reagir. É que o que é engraçado no meio disto é que os adultos não sabem lidar com as birras. Veio a senhora x e mete-se com ela "então, laurinha, que tens tu? porque choras? estás zangada?", e a piolha mais chorava e mais me apertava. Depois vem o y "Ai que vergonha, está tudo a olhar para ti no restaurante" - e aí meti-me eu "E então? Há algum problema? Se querem olhar, que olhem! Desde quando é que chorar é motivo para ter vergonha???". Senhores e senhoras, meninos e meninas, eu sou a Vera e esta é a Laura a fazer uma birra. Muito prazer, agora podem voltar a olhar para os vossos pratos, que não tarda começo a cobrar bilhetes para o espectáculo (esta parte não disse, mas pensei!!!! - assustei-vos, não foi???!!). Colher de sopa goela abaixo e a dona birra vai pregar para outra freguesia, prometendo voltar assim que tiver oportunidade e eu tenho de volta a criança sorridente e que fala alto como tudo! Não a queriam ouvir chorar, agora ouvem o que ela tem para dizer (e não é pouco!!!). Há sempre tema de conversa com esta minha filha, é impressionante! Da salada, salta para o grilo, do grilo para a nancy, da nancy para o cats e por aí fora...
Só há um tipo de birras para o qual não tenho a mínima paciência: sono! Tem sono, dorme! (Se bem que até eu tenho birrinhas de sono de vez em quando... se calhar é mesmo por isso que não gosto delas perto de mim... curioso, hã?).
Tentar parar as birras com "cala-te!", com "vais ficar de castigo!", "se parares de chorar dou-te um chucha-chupa" ou "levas um sopapo" revela a inteligência digna de uma minhoca e corre-se o risco de os miúdos cresceram sem a capacidade de lidar com as adversidades que a vida teima em colocar.
Uma pessoa muito especial ensinou-me isto - as birras mandam-se embora com mimo - e eu acredito nisto com todas as minhas forças, com a maior das convicções!
Por isso, quando elas aparecem eu agarro-as e trato delas com beijinhos repenicados, com abraços apertados, com festinhas mimentas, com esfreganços nas costas, com enrolanços de madeixas de cabelo e com "amo-te no matter what, forever and ever".




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