quarta-feira, 29 de maio de 2013

10 anos de Magali

É pegar numa foca, numa lontra, num panda, numa lebre e no dartacão, misturar tudo e temos a Magali.

A cadela mais fofinha, mais meiguinha, mais mal cheirosa do universo.

Muitos, muitos parabéns, Migalhinha!
Que continues com a brincar com tudo o que mexe, que continues a roubar as sardinhas ao gato do vizinho, que continues a chorar para o queijo fresco, a tocar piano no fogão da cozinha, a roubar manteiga, a ladrar a quem toca à campainha, a pedir colinho, a dormir na cama da Laura por muitos e muitos anos. Por infinitos anos. Que os nossos coraçõezinhos não aguentam ficar sem ti!





terça-feira, 28 de maio de 2013

hoje tive um dia mimoso


Ah muito giro e tal ... "é pena é não ser em português"

já deito esta expressão pelos ouvidos. Sempre que algum português canta alguma coisa em inglês, zás, leva logo com este tipo de comentários.

Somos cidadãos do mundo. Compomos como bem nos apetece. E se me apetecesse compor em chilibibilidês? Hã? Não podia só porque nasci em Portugal? Que raio de argumento é este??!! Não posso ter chilibibidês no coração? Não me pode servir de referência, de inspiração?

Como portuguesa que sou, tenho que gostar de cozido à portuguesa, de galos de barcelos, de touradas, de matanças do porco, de vinho tinto, de fado e da Joana Vasconcelos? Not! Por acaso dos galos de barcelos até gosto. Mas se fossem galos de outra cidade qualquer ia gostar também. Eu gosto é das cores, tanto se me dá de onde é que vêm.

Também diriam ao Dali que os quadros dele eram bem fixes, mas faltam ali umas tortilhas para compor o ramalhete?!

A sério que não compreendo este tipo de posições. Acho totalmente desprovidas de sentido.

A arte e a cultura são universais. Têm todas as cores, todas as línguas, todos os instrumentos, todos os materiais que quisermos.

Ainda estou à espera do argumento que me convença. Ou talvez não. Não vale a pena darem-se ao trabalho.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Empreendedora lá isto!

Diz o menino Martim que "pelo menos não estão no desemprego", os trabalhadores que lhe alimentam o empreendedorismo. Podem estar a ser explorados, a viver na miséria, com contas da luz e da água em atraso, com mensalidades das escolas dos filhos em falta, sem comida na mesa, mas pelo menos não estão sem fazer nada.
Querido Martim, pode ser que um dia só tenhas merda para comer, mas sempre é melhor comer merda do que não comer nada.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Hoje posso dizer à minha filha que o amor venceu

Cá em casa mãe e filha adoram ouvir rádio. Na rádio ouvem-se as notícias. E um dia tive que explicar a uma menina de 4 anos que o amor não venceu.

Foi difícil, muito difícil. Porque ela não entendeu. Não conseguia perceber que era possível existir alguém que proibia outro de ser feliz. Que se toda a gente se podia casar, porque é que não podiam ter filhos? Porque não existe no mundo ninguém que nasça preconceituoso. Ninguém nasce homofóbico. Ninguém nasce mau. Mas, infelizmente, pode-se crescer no seio de famílias que não sabem o que é amar, nem educar, nem cuidar, nem respeitar.

Amanhã, para grande felicidade minha, vou poder dizer a uma menina que hoje tem 5 anos que, um dia, quando se apaixonar, seja por quem for, e se um dia quiser adoptar uma criança, o poderá fazer.

Porque sim, prefiro ocultar-lhe o facto de apenas ter sido aprovada a co-adopção. Falta tudo o resto.
Porque espero que muito em breve lhe possa dizer que somos pessoas a sério. Sem preconceitos.

Pelo amor! Pelo direito a ser feliz!


terça-feira, 14 de maio de 2013

Se a Angelina Jolie recorresse ao SNS

ainda teria as duas mamas. Provavelmente nunca teria sequer feito exames para detectar as alterações genéticas que fazem com que tenha mais de 80% de ter cancro da mama.
Provavelmente passaria 6 meses com sintomas e dores e má disposição, para lhe diagnosticarem uma depressão. Ela insistia que não existia qualquer tipo de depressão, a família perderia a paciência e gastaria balúrdios num hospital privado para que lhe fizessem um diagnóstico correcto.
Aí, iria ser encaminhada para o público para começar os tratamentos. Deixariam-na horas à espera em salas frias, cheias de gente, para um oncologista nem sequer a olhar nos olhos. Deixariam-na esquecida, a apanhar correntes de ar, numa sala com um qualquer programa da tarde a dar na televisão, à espera da radioterapia, até os familiares darem com ela e reclamarem.
Provavelmente levaria adesivo de casa para prender as agulhas e os fios, porque no hospital não havia.
Provavelmente, ligaria a quem mais ama, a pedir socorro, a chorar, porque está doente, cansada, não se consegue levantar da cama e nenhuma enfermeira foi capaz de lhe mudar os lençóis durante a noite.
Quase de certeza que, no dia seguinte, a família a tira do hospital e a leva para casa, contra as ordens médicas.

Foi das últimas vezes que vi a minha mãe rir às gargalhadas. Em casa. Connosco. Protegida.

Provavelmente, os familiares teriam que deixar de trabalhar e estudar para ter a certeza de que estava bem acompanhada. Para estarem atentos de cada vez que lhe trocavam os exames ou não lhe tiravam as dores.


Foi de uma coragem transcendente o que a Angelina fez. Aliás, esta mulher é extraordinária. Usa o mediatismo que tem para praticar o bem. Isso é inegável.
E como mãe, acho lindo ela ter tomado esta decisão a pensar nos filhos. Derreteu-me o coração.

A minha mãe morreu com a idade que a mãe da Angelina Jolie morreu.
A minha mãe nunca conheceu a neta.
O SNS fez questão de lhe roubar o tempo que poderia ter para lutar contra esta doença.
A mim roubou-me a mãe.

Porque às vezes os pés só trazem problemas!

Página do Diário da Frida Kahlo

sexta-feira, 10 de maio de 2013

A luta do Derek e da Cyndie


Não posso dizer que tenha sentido isto na pele, porque não aconteceu a um filho meu.
Aconteceu à minha mãe. E não o desejo a ninguém. A NINGUÉM!
Desejo sim que o nosso país evolua de uma vez por todas no tratamento dos pacientes.
Desejo que aposte nos cuidados paliativos à séria. Que deixe morrer em paz quem se sabe que não vai sobreviver. Sem dores, com o mínimo de sofrimento, sem medo, com apoio, com compreensão, com carinho, com conforto e com dignidade.

Aviso à navegação: estas imagens são fortíssimas. (Dão para o choro compulsivo!)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Tenho eu duas cadelas em casa

para o gato do vizinho entrar, avançar pelo corredor e ir marcar território na mala da piscina.
Isto foi na sexta.
Hoje foi na bola de pilates e na minha mala preferida. De todas as malas no mundo, tinha quer naquela.
E assim, de repente, só me saem asneiras tão feias, mas tão feias que até tenho vergonha de as escrever...

Já agora, dêem-me dicas para tirar este cheiro horroroso antes que me dê um treco!

domingo, 5 de maio de 2013

O primeiro Domingo de Maio


Imaginava lá eu que em 2006 festejaria o último dia da mãe com a minha mãe. Enchi-a de presentes. Lembro-me que chorámos abraçadas uma à outra. No fundo não queríamos presentes. Queríamos mais tempo. Queríamos uma cura. Um milagre.
Hoje, não tenho a mãe que tanto queria beijar. Mas tenho a filha a quem entalho os lençóis à noite, a quem encho de mimos cada vez que cai, quem carrego ao colo quando precisa de mimo, a quem prego ralhetes quando passa das marcas, a quem costuro vestidos para as bonecas, a quem obrigo a comer sopa, a quem leio histórias mesmo cheia de sono, a quem ensino as constelações na noites de agosto, a quem faço todos os bolos de aniversário, com quem planto dálias, ervilhas-de-cheiro e alfazema. Como a melhor mãe do mundo me ensinou.
Não há dia em que não sinta falta dela, da voz dela, do cheiro dela, do riso dela. E dói-me. Mas guardo essa saudade num sítio bem escondido no fundo do meu coração, para de cada vez que a Laura me perguntar se tenho não tenho saudades da minha mãe, eu conseguir responder com um sorriso sincero "Sim, tenho. Muitas. Imensas. Mas guardo-a aqui no meu peito para todo o sempre". E ela sorri também.

Por isso, tal como todos os dias desde que a Laura nasceu, todos os dias são nossos. E hoje foi dia de pequeno-almoço no sofá, de me oferecerem flores, de irmos à praia brincar, de uma birra porque a barbie tinha as maminhas à mostra e não encontrávamos a parte de cima, foi dia de fazer festinhas à Essi e à Magali, foi dia de sol, de falar mal do passos coelho, de abraços, de cantigas, de rock no auto-rádio, de insistir para que coma a sopa, foi dia de vestidos às florzinhas, de espalhar creme depois do banho, de pentear cabelos cheios de nós, de fazer rir a melhor filha do mundo e deixar-me levar pelo sorriso doce dela e deixá-la dar mais um mergulho. Dois. Três.

Já te ofereci a minha felicidade numa bandeja. A minha felicidade a ti te devo. Por me ensinares a ser forte. Por me ensinares o que realmente importa.
Obrigada, Mãe! Feliz dia da mãe, Mãe!