as lolitas dão muitas roupas umas às outras, e trocam roupa. há algumas roupas que eu usei na adolescência que eu adorava mesmo muito e que marcaram muito posições do que acreditava e do que eu era. roupas que me valeram comentários na escola, claro e que eu na altura adorava. ser diferente era o meu statement preferido. essas nunca as dei a ninguém, nem as lolitas as quereriam agora nem serviam a ninguém.
vim para malavado com os meus miúdos e a minha mãe trouxe um saco dessa roupa que ela encontrou onde eu a tinha escondido. a leonor que é linda, tem cabelo pelas costas como eu tinha, é doce e tímida como eu era na idade dela (ainda hoje lhe explicava que as pessoas mudam muito...), apaixonou-se pelas roupas todas. experimentou uma a uma e era uma alegria que nem imaginam. de repente ela pareço eu e substituiu as calças de ganga justas da moda por vestidos bordados pelos pés e brincos de penas.
eu já acho que estes três miúdos são as crianças mais fixes da humanidade mas vê-la a levar este bocado de mim encheu-me o coração. e logo depois fui deitar a minha bebé luísa que me pediu "coceguinhas das boas" nas costas para adormecer enquanto lhe cantava as "três irmazinhas", a música heróica que combate todas as tristezas e birras da minha menina e ela adormece a sorrir, de mão dada comigo.
fogo, isto sim são férias. fazer buracos na praia, ouvir de manhã os sonhos que tiveram, estar na praia com as crianças empoleiradas em mim com a luísa abraçada a dizer que sou fofinha e quentinha, rir o dia todo com as parvoíces das músicas inventadas, pirraças infantis, discussões de irmãos, rir a pedir à minha mãe que não se ria mais quando pedimos às crianças para serem obdientes.
gosto deles. mais do que do meu sangue são de todos os meus dias. este início de férias cheira a marshmallows.
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