sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Não há nada mais deprimente do que comprar o nosso próprio bolo de aniversário

mas a falta de tempo para fazer um personalizado, assim o obrigou.
Com tanto mimo e atenção que recebemos no nosso dia de anos, a entidade patronal devia ser obrigada a dar-nos o dia... é que as 24 horas não chegam para responder aos nossos amigos todos.
E cá estou com 30 anos... gosto do número. é redondinho e sabe bem dizer "trrrriiinnnntaaaaa". não dói. nunca me doeu fazer anos. nunca me sinto mais velha. continuo sem cabelos brancos e os papos nos olhos são justificados como sendo "hereditários".
Por isso, chegada aos trrrriiinnnntaaaaa passei uma boa parte da noite a retrospectivar (esta também sabe bem dizer. tentem lá: re-tros-pec-ti-var hehehehehe).
Lembro-me de ir no diane com o nela, a minha mãe e os meus irmãos em direcção à Guerra Junqueiro, e numa curva a porta abriu-se (na altura ninguém usava cintos de segurança). Devia ter uns 3 ou 4 anos e lembro-me do pânico que aquilo gerou - a minha mãe aos gritos e o nela a esticar o braço para fechar a porta enquanto tentava que o carro não capotasse. Recordo-me perfeitamente de pensar "eh pá, olha a estrada! E pela 1ª vez tive a sensação de que era amada - eles gostam mesmo de mim. não querem que eu caia para o alcatrão!".
Lembro-me do primeiro de escola. De ser o Sérgio a levar-me. Do primeiro livro que li - o papuça e o dentuça - com a minha tia Alada a ajudar-me. Lembro-me de brincar com a minha prima Sara na Malveira, às cozinheiras. Partíamos as bolachas catraias (lembram-se? aquelas que tinham os signos) e serviam de refeição para nós e para as bonecas. O Sérgio e o Gonçalo costumavam raptar o meu bebé chorão e isso dava direito a distribuir chapadas. Cresci na escola de línguas da Alada. Conheci gente de todo o mundo e aprendi a escrever em inglês antes de o saber fazer em português. Tentei aprender a tabuada a cantar (diziam que era assim que se decorava) mas eu achava uma chatice porque além de me babar toda a letra era muita parva! Lembro-me das tardes passadas na praia das maçãs e das férias em santo andré (aprendi que quando se comem bananas, não se deve ir andar de baloiço, porque há uma certa tendência a ficarmos mal dispostos). Era doida por pinipons e num aniversário recebi a casa da cidade. O meus irmãos construiam altas batalhas, numa mesa enormeeeeee, com soldadinhos de guerra e ninguém (eu) podia respirar para eles não cairem todos tipo dominó.
Lembro-me dos suspensórios dos 7 anões que a teresa e o meu pai me deram. Lembro-me dos bitoques no café da esquina ao pé das amoreiras.
Lembro-me dos natais em Évora. Lembro-me do Sérgio levar um ralhete por nos andar a perseguir com uma nossa senhora de fátima fluorescente (e eu e o gonças perdidos de riso).
Lembro-me de conhecer o Fred na primária. E de jogar tragabolas. E pulgas na cama. E ao peixinho. E à bisca.
Depois cresci. Era uma excelente aluna. Fui para o 5º ano e conheci a Joana. Passámos dias inteiros juntas. E noites inteiras a falar e a ler livros aos quadradinhos. Que cumplicidade, não era (é) Joaninha?
E depois continuo... antes que seja despedida por lolitar em vez de trabalhar!

Que venham mais trrrriiinnnntaaaaa!!!!!!!!!!!!



2 comentários:

  1. Minha querida... até fiquei com a lágrima ao canto do olho ! É bom termos coisas boas a que nos agarrarmos : é isso a Felicidade . Momentos que passaram e ficaram nos nossos corações !
    Fiquei triste por não ter vencido a preguiça que não me deixou fazer o bolo para o qual já tinha escolhido a receita : para a próxima não deixo que a preguiça me vença.
    Teresa

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  2. Antes isso do que comeres um feito pelo teu pai <3 lindo!

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