Hoje estou em modo SOS, pré-feriado. Modo SOS significa que organizei o meu tempo para ser feliz nos próximos dois dias: curso logo à tarde, saída com a doce Eurídice e os amigos que queiram vir, tempo amanhã para estar sozinha a namorar a minha casa e, no final, a minha mãe. Tempo para fazer compras com ela, jantar na minha casa antiga que como ela me diz sempre é a minha sempre-casa (e se eu gosto de lá estar!).
Modéstia à parte, sou a melhor nos SOS's, faço logo um plano de acção e de emergência, convoco os meus amigos-irmãos, a alguns explico que estou em modo SOS a outros peço só que me falem de histórias e folhas escritas e contos de fadas.
E depois solto como que um grito do Ipiranga que me liberta do estado de dormência e me lança na euforia de viver. É aí que percebo que o Círculo da Felicidade está dentro do que sou, antes de ser um livro para crianças. O plano SOS não é mais do que entrar no modo Círculo da Felicidade. E todo ele é de repente os meus gestos, os meus dias e as minhas escolhas para uma noite onde me encaixe, um feriado em que me encaixe, um dia. E assim, apesar das saudades de uma vida que não se repete percebo que tenho uma vida absolutamente feliz. E tento fazer as pazes com esta balança "saudades" vs "vida real" devagar e dolentemente sem conseguir ainda que nenhuma das duas me domine e me dite os passos. Mas a questão que vos coloco (e a mim todos os dias) é a seguinte: não é fantástico que um dos lados da balança seja "a vida real" e que essa seja a vida que eu amo? Poucas vezes se tem esta sorte. Então o balanço final só pode ser um dia de sol.
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