A R. foi para Londres. Onde tem um trabalho a sério e onde pôde finalmente pensar em ter uma família. Lá pode realmente viver, ao contrário do que aqui acontecia. Encontrou uma pessoa maravilhosa e vão ter um filho lindo.
Era raro o dia em que não nos falássemos.
Juntas fizemos os maiores disparates e as coisas mais divertidas do mundo!
Trocávamos livros, cds, roupa. Festejávamos o aniversário uma da outra como sendo o nosso.
Fui eu quem ela quis que a abraçasse quando lhe morreu uma pessoa muito querida.
No dia em que a minha mãe adormeceu para sempre, vim para casa preparar o funeral, cruzei-me com a R. à porta do meu prédio e não foi preciso dizer nada. Ela exclamou um "Oh", abraçou-me com aquela força que só ela tem e esfregou-me as costas. Deixou-me ir tratar das coisas com os meus irmãos e não me largou até eu ter força para me levantar e recomeçar a viver.
Na tarde seguinte ao nascimento da Laura, a R. foi a primeira pessoa a pegar-lhe ao colo. Foi quem lhe ofereceu a primeira roupinha e, apesar da distância, sabe quais são as personagens preferidas da minha piolha.
No dia do casamento dela chorei que nem um bebé, porque vê-la feliz é das melhores sensações do mundo.
E agora não posso estar perto dela e do seu rebento. Não lhe posso pegar na mão e dizer-lhe que está tudo bem, que foi só um susto, nem refilar com o bebé I. para parar de dar pontapés na sua mãe.
Estas são saudades que eu não queria ter. Queria poder estar presente por todas as vezes que a R. me fez rir, quando só me apetecia era chorar.
Isto é que é ser uma lolita. E foi a R. que me ensinou a ser uma. Isto é que é lolitar. É cuidar, é amar, dê a vida as voltas que der. É embrulhar o que o mundo tem de melhor, pôr-lhe um laço bem grande e oferecê-lo às pessoas do nosso coração. Para sempre!
Mas que bonito. Essa amizade é algo de único.
ResponderEliminarÉ mesmo S*! É uma benção termos pessoas assim nas nossas vidas!
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