São épocas conturbadas, mais difíceis, em que se colocam questões. Mas às vezes a paz é inimiga da vida. Para termos paz podemos parar o tempo numa praia a ver o pôr do sol. De resto precisamos de questionar, sentir o corpo desmembrar-se e voltar aos poucos ao que era dantes. Andar em cima da corda e saber ver o outro lado da corda sem desfocar.
E sobretudo ter a certeza que há braços e braços e braços e braços para nos segurar nas quedas, para nos fazer máscaras e mantas e para dormir no lado vazio da cama. Ter a certeza de que há braços para o silêncio. Mas que também há braços para quando gritamos socorro e que eles não têm tarefas inadiáveis do quotidiano. É preciso saber que às vezes só o curar as feridas pode ser inadiável para que depois não custe mais.
São isso as minhas amigas, que mesmo quando me vêem despistar-me na estrada não me travam o carro mas cobrem a estrada de pétalas de rosa. Que têm a certeza que há uma história boa para mim que é esta e a que há-de vir. Que antes de eu dizer percebem que escondo segredos e que mesmo que nunca os revele, elas nunca se vão esquecer que eu os tive. Que vão ser as mãos que fecham os caixotes das minhas mudanças de vida.
Que aguentam as discussões, as irritações, as incoerências porque o coração não pode fazer isso sozinho.
Vocês são as mais bonitas, as mais chatas, as mais tolerantes, as mais divertidas, as mais irritantes, as mais pirosas, as mais histéricas, as mais comoventes. As minhas mais que tudo.
Com um post assim, fico de lagriminha no olho, esqueço-me o quão irritada estou hoje. Tão piroso (e piroso é que o mundo tem de melhor para nos encher de alegria).
ResponderEliminarEu confesso: a mais birrenta e resmungona sou eu! A mais doce és tu!
e venho desde já exigir fotos pirosas como estas!!
ResponderEliminartratamos do guarda-roupa, das paisagens e voilá!