sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A minha maior vergonha será dizer à minha filha que o amor hoje não venceu

Depois do que se passou hoje, como é que vou explicar à Laura que há tios e tias dela que querem ter filhos, mas há quem não lhes permita essa felicidade.
Como é que lhe explico que há pessoas que se amam, mas que não lhes é permitido serem mães ou pais.
É que, ao contrário do que muita gente acha, as crianças não nascem más e não são preconceituosas. As crianças acreditam no amor acima de tudo.
As crianças precisam de afecto, de carinho, de segurança. E esse tipo de sentimentos são de seres humanos para seres humanos, sejam homens ou mulheres.
Como é que se explica a uma criança que é preciso legislar o amor? Que os direitos não são iguais para toda a gente? Que vivemos num pais de gente ignorante, intolerante, mal amada e que no fundo disto tudo, o interesse das crianças vale zero. Porque se valesse tudo, se estivessem em primeiro lugar, nem seria necessário um parlamento estar a discutir a adopção. As crianças seriam adoptadas por quem delas quisesse cuidar há já muito tempo!
O que sinto hoje é vergonha. Vergonha por ter que explicar a uma criança de 4 anos que o amor hoje não venceu! E nós que sempre lhe demos a viver exactamente o contrário!

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