Odeio pensar que os pais e mães andam a dormir. Mas há dias em que assisto a coisas que me fazem pensar assim...
É porem-nos em frente à tv, sozinhos, como se a televisão substituisse por algum momento a companhia das pessoas de quem gostam;
É decidirem por eles de que clube são, de que religião são e que a maior parte dos conflitos se resolve ao pontapé;
É não se sentarem ao lado deles, não lerem com eles (mesmo que isso signifique bocejos sem fim - pelo menos da minha parte), não fazerem colagens com eles (mesmo que isso signifique terem que descolar papel do soalho de madeira), não fazerem desenhos com eles (mesmo que isso signifique terem que mandar os estofos do sofá para a lavandaria e aquela camisola gira como tudo passa a camisola interior), não cantarem com eles (mesmo que sintam que os vizinhos vos olham de maneira esquisita), não brincarem com eles (apesar do cansaço do dia de trabalho e o pó por baixo do carrinho de chá que não pára de aumentar).
Assisto a gritos, ameaças e puxões por tudo e por nada (se somos o modelo a seguir, fará algum sentido ser um modelo que perde a cabeça vezes sem conta?!); alimentam-nos mal (batatas fritas e chocolates às 8h30; fruta e sopa nem vê-los); não lhes dizem que os amam incondicionalmente e que são os melhores filhos do mundo.
A minha é! Todos os dias das nossas vidas, cada hora, cada milésimo de segundo.
E acima de tudo, gostar deles é não lhes mentir.
Acredito com todas as minhas forças que não é por dar um beijinho no dói-dói (invisível) no joelho, que ela vai ficar uma menina "mariquinhas". Às vezes também estamos tristes e queremos miminhos. O meu beijinho nos dói-dóis dela, a minha paciência à espera que a birrinha (seja no café, em casa ou no jardim) páre para podermos conversar, significam o meu amor por ela. Significa que estou aqui para ficar.
E assim me fico com a minha reflexão parental de hoje, enquanto penso em coelhinhos fofinhos.
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